2ª Mostra Constelações Indígenas (2024)
A segunda edição da Mostra Constelações Indígenas, festival de cinema e cultura indígena, acontece entre os dias 18 e 24 de Abril de 2024 no Cineclube Metrópolis (Ufes). Ao longo dessa semana serão exibidos filmes de realizadores indígenas e não indígenas que abordam aspectos históricos, cosmologias, resistências e as diversas formas de ativismo político e audiovisual dos povos originários. A programação também inclui sessões destinadas ao público infantil, a escolas, mesas de debates e apresentações musicais e de dança. As escolas interessadas em agendar sessões ou participar das sessões programadas podem entrar em contato pelo e-mail cinemetropolis [at] ufes.br Todas as sessões e atividades são gratuitas.
A primeira edição da mostra, em 2023, exibiu 35 filmes, entre curtas, médias e longas, e 1 websérie. Também contou com apresentação do coral indígena Tape Rexankã da Aldeia Guarani Nova Esperança, de Aracruz (ES), além de ter realizado debates com cineastas e pesquisadores. A mostra reuniu ao longo de 2 semanas de programação gratuita um público aproximado de 500 espectadores.
O nome da mostra é inspirado pelas palavras do filósofo Ailton Krenak, em “A vida não é útil”: "Essa experiência de uma consciência coletiva é o que orienta as minhas escolhas. É uma forma de preservar nossa integridade, nossa ligação cósmica. Estamos andando aqui na Terra, mas andamos por outros lugares também. A maioria dos parentes indígenas faz isso. É só você olhar a produção dos mais jovens que estão interagindo com o campo da arte e da cultura, publicando, falando. Você percebe neles essa perspectiva coletiva. Não conheço nenhum sujeito de nenhum povo nosso que saiu sozinho pelo mundo. Andamos em constelação.".
A 2ª Mostra Constelações Indígenas tem como objetivos valorizar e fortalecer as culturas originárias, incentivar a produção de cineastas indígenas e aproximar a Universidade da produção cultural dos povos originários, com especial atenção aos povos e territórios indígenas do Espírito Santo.
A realização do evento faz parte da programação comemorativa dos 50 anos de atividades do Cineclube da Ufes e dos 70 anos da Ufes.
Confira abaixo a programação completa e as informações sobre os filmes:
QUINTA (18/04) |
SEXTA (19/04) |
SÁBADO (20/04) |
DOMINGO (21/04) |
SEGUNDA (22/04) |
TERÇA (23/04) |
QUARTA (24/04) |
- | 14h Sessão de Curtas II 54' |
- | - | - | - | - |
16h Filme "Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!" 70' |
16h Sessão de Curtas Rede Katahirine 52' + debate |
15h Carta Branca Maynõ Guarani 87' + apresentação |
16h Sessão Infantil Curtas 56' |
15h Filme "A Flor do Buriti" 124' + debate |
16h30 Sessão de Curtas II 54' |
- |
- | - | 17h30 Sessão de Curtas I 53' |
17h30 Ibirapema 50' |
- | 18h Sessão de Curtas III + Mesa: Comunicação como instrumento de luta 44' + debate |
17h Sessão de Curtas Rede Katahirine 52' |
19h Apresentação de Dança + Roda de Conversa + Filme "Ibirapema" (50') |
19h Show Eloá Puri + Sessão de Curtas I 93' |
19h Filme "A Transformação de Canuto" 130' |
19h Filme "Yvy Pyte – Coração da Terra" 110' |
19h Filme "Uýra - A Retomada da Floresta" + Mesa: A retomada da identidade 82' + debate |
20h30 Filme "Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!" 70' |
18h30 Filme "Yvy Pyte – Coração da Terra" + Mesa: A presença indígena na universidade 110' + debate |
Apresentações Culturais
Grupo de Dança Jovens Guarani Atyayuretxakã (Noite de Abertura)
O Grupo Jovens Guarani Atyayuretxakã se formou a partir da necessidade de união de forças para a luta contra o Marco Temporal, que ameaçava os direitos dos povos indígenas sobre as terras que tinham direito. Juntando jovens de 6 aldeias Guarani de Aracruz, eles viram a dança como um instrumento de luta, assim como uma possibilidade de reafirmação da identidade indígena, que vêm passando por um processo de fragilização a cada geração.
18/04 (quinta-feira), às 19h. Seguido de roda de conversa entre os artistas e o público
Show Eloá Puri Trio
Eloá Puri se destaca como cantora, compositora e escritora. Suas obras fazem referência à memória e ancestralidade das montanhas da região do Caparaó. Valorizando a sonoridade afro-indígena, trazendo elementos do Caparaó, onde nasceu, a artista tem, como o intuito, fazer voltar o olhar do público para a simpatia e a simplicidade do interior. Suas obras são um convite a mergulhar em um Brasil autêntico e genuíno. Recebeu, em 2023, o título de melhor composição com "Você não me conhece" no Prêmio da Música Capixaba. Ela se apresenta acompanhada por Dora Dalvi (violão) e Saulo Santos (percussão).
Após o show teremos a exibição da Sessão de Curtas I, que apresenta a multiplicidade de temas e formatos que os realizadores indígenas têm apresentado no audiovisual contemporâneo.
19/04 (sexta-feira), às 19h
Sessão Infantil Curtas
A curadoria desta sessão foi realizada pelo coletivo de pesquisadores do Tupiabá: Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão na Educação Escolar Indígena (UFES), coordenado pela professora Marina Rodrigues Miranda (Ufes). A curadoria contou com o trabalho dos mestrandos Fábio Guss Strelhow, Marta Fabem de Paulo e Thelma Chiarelli Cerri. A sessão tem classificação indicativa livre e é destinada ao público infantil. As escolas interessadas em agendar uma sessão devem enviar e-mail para cinemetropolis [at] ufes.br.
Filmes
Amazônia sem Garimpo, de Julia Bernstein e Tiago Carvalho (Brasil, 2022, 7 min)
A animação retrata o desmatamento da floresta, a poluição dos rios com metais pesados e a contaminação dos animais e povos indígenas por meio do consumo da água e dos peixes como alimento, geradas pela atividade ilegal dos garimpos, ocasionando sérias doenças e graves consequências à saúde.
O Último Índio, de Maria Teresa Murer (Brasil, 2018, 13 min)
Com o “desaparecimento” de uma aldeia indígena, o velho pajé Tamai parte em busca do último índio, o jovem Caiuá, que morou um período com homens brancos e retorna para viver com os povos indígenas na floresta. Tamai luta para preservar suas tradições ancestrais e seu modo de vida em harmonia com a natureza. Durante o trajeto, Tamai ensina a Caiuá as tradições indígenas esquecidas por ele no período em que esteve ausente na aldeia.
Mitos Indígenas em Travessia, de Julia Vellutini; Wesley Rodrigues (Brasil, 2019, 22 min)
uma coletânea variada de histórias (A Ema, O menino peixe, As mulheres sem rosto, A via Láctea, A menina e a cobra, O urubu rei) de diferentes origens/etnias indígenas (Kadiwéu, Kuikuro e Javaé) abordando cosmovisões originárias do Perspectivismo Ameríndio através de narrativas descritas por meio de animações visuais.
A Festa dos Encantados, de Masanori Ohashy (Brasil, 2018, 14 min)
Um pajé que gostava de caçar, viu em uma de suas caçadas um cachorro voador, o qual seu irmão quis caçar mais tarde. O pajé ao ir à procura de seu irmão encontrou um mundo subterrâneo habitado por seres encantados. Ali ele permaneceu até aprender todos os cânticos e rituais. Trata-se da tradição oral do povo Guajajara que conta, através do mito, que aprenderam com os encantados as tradições de festa que realizam até hoje.
EXIBIÇÃO: 21/04 (domingo), às 16h
HORÁRIOS DISPONÍVEIS PARA AGENDAMENTO PRÉVIO POR ESCOLAS: Enviar e-mail com a solicitação para cinemetropolis [at] ufes.br ou entrar na aba “Projeto Cine Escola” do site e preencher o formulário disponível.
18/04 (quinta-feira), às 14h
19/04 (sexta-feira), às 9h
22/04 (segunda-feira), às 9h e 14h
23/04 (terça-feira), às 9h E 14H
24/04 (quarta-feira), às 9h
LONGAS E MÉDIAS
Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero (Brasil, 2020, 70 min)
Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.
18/04 (quinta-feira), às 16h
23/04 (terça-feira), às 20h30
Ibirapema, de Olinda Muniz Wanderley (Brasil, 2022, 50 min)
Viajando entre o mundo mítico e o mundo cotidiano, Ibirapema, uma indígena Tupinambá, se transmuta e percorre o espaço e o tempo, dialogando, por onde passa, com o mundo da arte ocidental, com a cidade e seus espaços de concreto e florestas domesticadas.
19/04 (quinta-feira), às 19h
21/04 (domingo), às 17h30
A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (Brasil, 2024, 130 min)
Em uma pequena comunidade Mbyá-Guarani entre o Brasil e a Argentina, todos conhecem o nome Canuto: um homem que muitos anos atrás sofreu a temida transformação em uma onça e depois morreu tragicamente. Agora, um filme está sendo feito para contar a sua história. Por que isso aconteceu com ele? E o mais importante, quem na aldeia deveria interpretar o seu papel?
20/04 (sábado), às 19h. Exibição única.
Yvy Pyte: Coração da Terra, de Alberto Álvares e José Cury (Brasil, 2023, 110 min)
Em “Yvy Pyte”, surge como desejo do cineasta guarani Alberto Alvares (Tupã Ra'y) em retornar à sua aldeia natal e traçar um percurso cinematográfico entre terras Guarani, desfazendo fronteiras físicas e simbólicas. O filme, entrelaçando sonhos, cantos e caminhos, revela a busca coletiva pelo tekoha, desafiando as imposições coloniais e revelando a ligação profunda entre espiritualidade, terra e liberdade. Palavras, cânticos e imagens aéreas costuram uma narrativa poética que desdobra a resistência Guarani e recria um mapa contracolonial.
21/04 (domingo), às 19h
24/04 (quarta-feira), às 18h30
A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader (Brasil/Portugal, 2023, 124 min)
Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um brutal massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, os filhos dos sobreviventes são coagidos a integrar uma unidade militar, durante a Ditadura brasileira. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô continuam a caminhar sobre a sua terra sangrada, reinventando a cada dia infinitas formas de resistência.
22/04 (segunda-feira), às 15h – Exibição seguida de debate com o professores Ana Gabriela Morim (Departamento de Ciências Sociais - Ufes) e Ian Packer (Departamento de Ciências Sociais - Ufes)
Uýra: A Retomada da Floresta, de Juliana Curi (Brasil, 2023, 70 min)
Uýra Sodoma, uma artista trans não-binária indígena, viaja pela floresta amazônica em uma jornada de autodescoberta usando arte performática e mensagens ancestrais para ensinar jovens indígenas e enfrentar o racismo estrutural e a transfobia no Brasil.
22/04 (segunda-feira), às 19h
Sessão de Curtas I
A Sessão de curtas I apresenta a multiplicidade de temas e formatos que os realizadores indígenas têm apresentado no audiovisual contemporâneo. Ziel Karapotó é um cineasta de Pernambuco que se explora em diferentes frentes das artes visuais, e no audiovisual passa do documentário à videoarte. Nesta sessão, exibimos três de suas obras. Do Xingu, Takumã Kuikuro vem produzindo há cerca de duas décadas, e seu mais recente trabalho mostra um cineasta com longevidade e inovação em seu percurso. Enquanto Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami são cineastas iniciantes que já em seu trabalho de estreia demonstram um olhar que anuncia um belo caminho no audiovisual.
Paola, de Ziel Karapotó (Brasil, 2022, 16 min)
O cineasta Ziel cresceu na Terra Indígena Karapotó, no interior de Alagoas, junto a Paola, uma mulher trans/travesti indígena. Porém a juventude os fez trilhar caminhos diferentes. O filme é um reencontro na cidade do Recife, em um ritual de cura e carinho, reavivando laços de amizade.
O Verbo se Fez Carne, de Ziel Karapotó (Brasil, 2020, 10 min)
A invasão dos europeus em Abya Yala nos deixou cicatrizes. Ziel Karapotó utiliza seu corpo para denunciar a imposição da língua do colonizador aos povos indígenas, uma face do projeto colonialista.
Terra Nova, de Janderson Felipe, Lucas Litrento, Rose Monteiro, Ziel Karapotó (Brasil, 2023, 13 min)
Na Comunidade Terra Nova, em Alagoas, acompanhamos a relação com a terra e a tradição oral dos antigos, bem como a luta e militância dos mais jovens da comunidade para manter essas tradições vivas.
A Febre da Mata, de Takumã Kuikuro (Brasil, 2022, 10 min)
O pajé e sua família saem para pescar. Durante a pesca uma onça se aproxima e começa a ficar assustada em busca de ajuda. Seu grito é um alerta. O pajé retorna imediatamente para a aldeia e alerta seu povo do perigo que se aproxima. Ele busca força espiritual na pajelança à medida em que sua preocupação cresce. O fogo invade a floresta e os animais fogem em busca de abrigo, mas muitos não resistem e morrem. A floresta arde em chamas e depois a seca é extrema.
Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami (Brasil, 2023, 9 min)
Uma mulher yanomami observa um xamã durante o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos. A partir da narrativa de uma jovem mulher indígena, a Yãkoana que alimenta os Xapiri e permite aos xamãs adentrarem o mundo dos espíritos também propõe um encontro de perspectivas e imaginações.
19/04 (sexta-feira), às 19h (Exibição após show com Eloá Puri Trio)
20/04 (sábado), às 17h30
Sessão de Curtas II
Sessão de curtas-metragens documentais com enfoque no povo Guarani, em sua pluralidade de crenças, tradições e acontecimentos históricos de diferentes territórios, inclusive no Espírito Santo.
Genocídio Guarani, de Rogério Medeiros (Brasil, 2013, 24 min)
Ainda hoje predomina a versão, chamada oficial, de que a morte de 233 índios guarani em Pancas, nos anos de 1940, fora causada por malária. Uma epidemia. Mas, como assim, uma epidemia que só acometeu os indígenas? O filme conta com a entrevista do último sobrevivente desse massacre do povo Guarani em terras capixabas.
Mba’eixa Nhande Rekova’erã – Mensageiros do Futuro, de Graciela Guarani (Brasil, 2018, 12 min)
Mba’eicha Nhande Rekova’erã, que em português significa mensageiro do futuro, faz um breve recorte de algumas questões pertinentes e urgentes em uma das reservas indígenas mais populosas do país, percorrendo sobre as narrativas e expectativas sábias dos nhanderu, nhandesy e dos jovens sobre as suas realidades.
Mby’á Nhendu – O Som do Espírito Guarani, de Gerson Karaí Gomes (Brasil, 2022, 18 min)
Explorando as diversas sonoridades e reflexões sobre religiosidade, política, meio ambiente e formas de produzir música entre os Mbyá. O filme percorre três territórios Mbyá no Rio Grande do Sul para conversar e gravar com sábios musicistas Guarani.
19/04 (sexta-feira), às 14h
23/04 (terça-feira), às 16h30
Sessão de Curtas Rede Katahirine
A Rede Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas surgiu com o objetivo de criar um espaço coletivo para fortalecer e visibilizar a produção audiovisual das mulheres indígenas do Brasil e América Latina e como primeira iniciativa de mapeamento do cinema indígena feminino no Brasil. Convidamos Vanuzia Pataxó, conselheira da Rede Katahirine, e Karen Pataxó, integrante da Rede, para proporem uma curadoria de filmes de cineastas integrantes da Rede.
Kaapora, de Olinda Tupinambá (Brasil, 2020, 20 min)
Uma narrativa da ligação dos Povos Indígenas com a Terra e sua Espiritualidade, sob o ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve um projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Com a visão de mundo indígena como lente, Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e do argumento do filme.
Elotinopopare, O Córrego do Povo Umutina Balatiponé que Secou, de Helena Corezomaé (Brasil, 2022, 6 min)
Em 2021, o córrego Elotinopopare, também conhecido como “18”, que fica no território do povo Balatiponé, popularmente conhecido como Umutina, em Mato Grosso, secou pela primeira vez. Importante fonte de alimento, lazer e cultura para comunidade, os anciões relataram o quanto ele é importante para comunidade e a tristeza ao vê-lo secar.
O Que Me Leva Não é Mercadoria de Bolso, de Barbara Matias Kariri (Brasil, 2022, 6 min)
Este vídeo forma parte de um conjunto de materiais que a diretora criou para a série 'Co-sentindo com ternura radical: ações rituais de arte-vida para ressintonização metabólica'.
19/04 (sexta-feira), às 16h – Sessão apresentada e debatida por Karen Pataxó, integrante da Rede Katahirine
24/04 (quarta-feira), às 17h
Sessão de Curtas III
Mensageiras da Amazônia: Jovens Munduruku Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões, de Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi e Joana Moncau (Brasil, 2022, 17 min)
Câmera, drone, celular e redes sociais são instrumentos de luta usados por Aldira, Beka e Rilcelia, para lidar com as crescentes ameaças de de invasores, sobretudo de madeireiros e garimpeiros em seu território. Elas integram o Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi, que divulga as denúncias dos indígenas para além das margens do rio Tapajós.
Panama, de Tiago Tupinikim (Brasil, 2023, 27 min)
Um colar desaparecido pode ser a chave para Kaeté conquistar o coração da jovem Panama. Porém, em sua jornada ele terá que encarar os amigos dela, Nhyrõ e Maya. “Panama” é importante registro moderno e capixaba, sendo um filme 100% falado em tupi antigo.
23/04 (terça-feira), às 18h
Carta Branca Maynõ Guarani
Convidamos o educador, ativista e realizador audiovisual Maynõ Guarani, da Aldeia Nova Esperança, em Aracruz, para selecionar e apresentar ao público dois filmes que marcaram sua trajetória no audiovisual, seja pelo impacto ao assistir ou pelas transformações ocasionadas por sua realização.
Tempo Chuva Porã, de Genilson Kuaray e Maynõ Guarani (Brasil, 2022, 6 min)
O documentário retrata a produção do pau de chuva Guarani, um instrumento sagrado, como parte do projeto Tempo Chuva Porã. Este projeto, proposto por Lucas Ogyony Cipriano, foi produzido pelo núcleo audiovisual Kaagwy mirim - Reikwaapa. O vídeo destaca a importância cultural e espiritual do pau de chuva na comunidade Guarani, além de explorar sua tecnologia antiga e sua relevância em rituais e tradições.
Para’í, de Vinicius Toro (Brasil, 2018, 81 min)
Pará, menina Guarani que encontra por acaso um milho guarani tradicional, que nunca havia visto e, encantada com a beleza de suas sementes coloridas, busca cultivá-lo. A partir dessa busca ela começa a questionar seu lugar no mundo, quem ela é, por que fala português e não guarani, por que é diferente dos colegas da escola, por que seu pai vai à igreja Cristã, porque moram numa aldeia tão perto da cidade, por que seu povo luta por terra.
20/04 (sábado), às 15h – Sessão apresentada e debatida por Maynõ Guarani
Mesas de Debates
Mesa 1: A retomada da identidade
Foram muitas as consequências do colonialismo em nossa sociedade. Um deles é o afastamento de pessoas de suas comunidades e identidades. Nesta mesa, iremos conversar um pouco sobre os processos e questionamentos relativos ao processo de busca e retomada da identidade indígena.
Com Eloá Puri, Marina Miranda e Yasmin Tapuya
22/04 (segunda-feira), às 19h
Mesa 2: Comunicação como instrumento de luta
Com a ampliação do acesso às tecnologias, houve um avanço nas produções de registros audiovisuais por parte dos indígenas, levando à criação de outras narrativas, em muitas vezes de sujeitos com seus modos de vida, histórias e identidades escapavam às lentes de produções. Como o audiovisual e a comunicação vêm sendo utilizados como instrumento na luta indígena? A sessão vai exibir dois filmes, “Mensageiras da Amazônia: Jovens Mundukuru Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões” e “Panama”, cujo diretor estará presente para um debate após a sessão.
Com Bárbara Tupinikim, Tiago Tupinikim e Raquel Lucena
23/04 (terça-feira), às 18h
Mesa 3: A presença indígena na universidade
Traremos à tona um diálogo sobre a inclusão, representatividade e reconhecimento dos povos indígenas no ambiente acadêmico. Discutiremos alguns dos desafios enfrentados pelos estudantes e professores indígenas e o papel das políticas de ação afirmativa e permanência estudantil, além da valorização da sabedoria ancestral, buscando reflexões para uma universidade mais plural, justa e inclusiva.
Com Dagmar Faísas, Eloiza Marques, Marina Miranda (Ufes) e João Vianna (mediação)
24/04 (quarta-feira), às 18h30