Foco Helena Solberg
O Cine Metrópolis apresenta de 18 a 29 de abril, às 13h, um recorte da filmografia de uma das mais importantes cineastas brasileiras de todos os tempos. Nascida no Rio de Janeiro em 1938, Helena Solberg estreou com o curta-metragem “A Entrevista” em 1966. Seus filmes atravessam a história da América Latina e da América do Norte, onde viveu por vários anos, e abordam questões como a condição da mulher nas sociedades americanas, a resistência dos povos originários e as estruturas de poder na política e na economia brasileiras. Serão exibidos 8 filmes ao longo de duas semanas, sempre nos dias úteis, com entrada franca.
Programação
A Entrevista, de Helena Solberg
(Brasil, 1967, 19’)
O documentário tem como base entrevistas feitas com jovens de classe média alta entre 19 e 27 anos sobre suas aspirações em relação ao casamento, sexo, profissão e submissão ao marido. Mesmo aquelas que se consideravam mais "lúcidas"e "modernas" mostram seu perfil mais tradicional da mulher idealizada, envolvida por romantismo e feminilidade.
Segunda-feira (18/04), às 13h
Sexta-feira (29/04), às 13h
Meio-Dia, de Helena Solberg
(Brasil, 1969, 10’)
Um grupo de crianças numa sala de aula iniciam uma rebelião onde ameaçam matar seu professor. Inspirado em “Zero de Conduta”, de Jean Vigo, o filme é uma resposta à opressão e censura impostos pela ditadura militar e se desenrola embalado pela canção "Proibido Proibir", de Caetano Veloso.
Segunda-feira (18/04), às 13h
Sexta-feira (29/04), às 13h
A Nova Mulher, de Helena Solberg
(Brasil, 1972, 40’)
Primeiro filme dirigido pela cineasta nos Estados Unidos, The Emerging Woman percorre 170 anos de história do movimento feminista no país e na Inglaterra (de 1800 até 1974), através de diários, manifestos, reportagens, cartas e livros de ativistas. O documentário conta também com fotografias e imagens de arquivo de jornais cinematográficos, inaugurando a série "Trilogia da Mulher", realizada em conjunto com o coletivo Women's Film Project.
Segunda-feira (18/04), às 13h
Sexta-feira (29/04), às 13h
A Dupla Jornada, de Helena Solberg e David Meyer
(Brasil, 1975, 53’)
Filmado em fábricas no México e na Argentina, e em minas na Bolívia e Venezuela, A Dupla Jornada examina as condições da mão de obra feminina como força de trabalho na América Latina.
Terça-feira (19/04), às 13h
A Conexão Brasileira, de Helena Solberg
(Brasil, 1982, 57’)
Em 1982, a crise da dívida externa brasileira era pauta constante na mídia do Brasil e dos EUA. O não pagamento da dívida e o caos econômico que resultaria com a moratória são analisados em A Conexão Brasileira, realizado no calor das atividades eleitorais quando os brasileiros, após 18 anos de ditadura militar, foram às urnas para eleger governadores e deputados federais e estaduais.
Quarta-feira (20/04), às 13h
Terra dos Bravos, de Helena Solberg
(Brasil, 1985, 53’)
Motivados pelos debates da Segunda Conferência Mundial sobre Racismo e Discriminação Racial, organizada pela ONU em Genebra em 1983, lideranças indígenas falam sobre as ameaças que enfrentam na época. O documentário se passa em três continentes: nos EUA, com os Hopi e os Navajo, na Amazônia e no altiplano da Bolívia, e em Genebra, onde ameríndios se unem para a criação de uma rede internacional indígena.
Terça-feira (26/04), às 13h
A Terra Proibida, de Helena Solberg
(Brasil, 1990, 59’)
A Terra Proibida examina as crescentes divisões dentro da Igreja Católica no Brasil. O conflito gira em torno do debate sobre o papel que a Igreja deve desempenhar na sociedade moderna brasileira, entre a hierarquia conservadora e os seguidores progressistas da Teologia da Libertação, encabeçada por Leonardo Boff e Dom Pedro Casaldáliga, que argumentam que a igreja deve assumir a causa da justiça social. Através de sua análise da situação no Brasil, o documentário explora as raízes sociais, econômicas e políticas de lutas semelhantes sendo travadas em toda a América Central e do Sul.
Quarta-feira (27/04), às 13h
Meu Corpo Minha Vida, de Helena Solberg
(Brasil, 2017, 74’)
Falar sobre aborto no Brasil ainda é um tabu, porém, nos últimos anos, manifestantes tem protestado contra as leis de criminalização do mesmo e apontam a necessidade de se falar no assunto. O documentário aproveita o gancho para discutir sobre o tema e trazer histórias específicas de mulheres que optaram pela prática ilegal do aborto e acabaram sofrendo sequelas e até morrendo.
Não recomendado para menores de 14 anos.
Quarta-feira (28/04), às 13h
Informações Úteis
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